Desde março de 2020, quando a pandemia da covid-19 chegou em nosso país e fomos instruídos a ficarmos em casa, a migração para as formas online de como resolvemos as coisas, foi gradativa e velozmente transformada!
Pagar por um produto ou serviço sem cartão, fazer compra e não precisar sair carregando nenhuma sacola. É isso que é, sendo bem simplista na explicação, o que é o New Retail (novo varejo, em tradução literal).
Essa expressão foi criada por Jack Ma, fundador da gigante chinesa Alibaba, esse termo faz referência a um novo tipo de varejo, não havendo limites entre o espaço físico e o digital, levando o consumidor ao centro do negócio, onde as marcas oferecem um serviço personalizado e com maior atenção individual.
Essa implementação do mundo digital, acontecia vagarosamente para inúmeros varejistas do país, mas com o impacto da pandemia, esse assunto se tornou prioridade para aqueles que precisam de um gás a mais para sobreviver no setor, pois houve a necessidade de aceleração na forma de realizar processos digitalizados, buscando cada vez mais integração entre os canais offline e online.
Alguns lojistas já executavam suas vendas dessa forma, principalmente os e-commerce ou lojas com modelo híbrido de atuação, além dos aplicativos de entrega de refeições, farmácias e mercados, mas agora, tem se difundido por diversas outras áreas, pois, as marcas que não possuíam uma presença no espaço digital, precisaram correr contra o tempo para se adaptarem ao novo modelo de negócio. Sem dúvida alguma, o profissional que preferiu por não se modernizar digitalmente, está, definitivamente, tendo maiores prejuízos.
Com as medidas restritivas em todo o país para conter a propagação do vírus, muitas lojas precisaram baixar as portas e com isso, o e-commerce cresceu gradativamente, tirando muitos projetos do papel, recorrendo ao “compre e retire na loja”, “delivery last mile” ou “same day” e claro, os pontos físicos seguiram como uma parte indispensável no momento de seguir com as vendas para retirada.
Mas, como o New Retail ainda é algo relativamente novo no Brasil, o novo varejo enfrenta alguns novos desafios para a ampla implementação em todo o território nacional e existem três pontos que precisam ser aprimorados:
– Adaptação à cultura
Sempre que uma nova tecnologia e metodologia aparece como tendência de mercado, leva-se um tempo para que não haja desconfiança sobre a novidade. Foi assim com as compras por telefone nos anos 90, com as compras pela internet nos anos 2000 e até mais recentemente, com a implementação do PIX. Passado essa desconfiança culturalmente conhecida pelo brasileiro, o processo de “reculturalização” acontece de forma natural e por isso, poucas lojas varejistas aderiram à nova tendência.
– Desbancarização
Em um estudo recente, realizado pelo IBGE, foi mostrado que 60 milhões de pessoas no Brasil, não possuem conta em nenhum banco, isso representa quase a metade da população economicamente ativa no país!
E isso, explicaria o crescimento das carteiras digitais, as chamadas e-wallets, que proporcionam serviços financeiros desagregados de instituições financeiras, facilitando momentos de transações e sem precisar carregar dinheiro em espécie ou até mesmo, cartões.
– Infraestrutura.
Em alguns países, o que tem favorecido muito para que o New Retail seja difundido, é o uso de uma boa tecnologia, mas com baixo custo.
A critério de comparação, o Brasil é um país que conta com mais de 120 milhões de usuários com acesso a internet, equivamente a 59%, número muito abaixo da média de 67% de demais nações avaliadas pelo estudo realizado pela Software Alliance (BSA).
Alinhado a essa situação, a velocidade média de conexão é muito abaixo dos níveis internacionais, sendo 11mpbs do restante dos países contra apenas 5mpbs no Brasil.
Sabemos que ainda existem inúmeros e diferentes caminhos a seguir para a implantação massiva do New Retail no Brasil, mas que, certamente, essa é uma tendência que chegou para ficar e que crescerá muito no país, levando uma experiência mais completa e personalizada para cada um.
